quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ludwig Mies Van der Rohe - II



Pavilhão alemão para a Feira Universal de Barcelona  em 1929
de Ludwig Mies Van der Rohe

Construção temporária do pavilhão na exposição em 1929, foi demolida no ano seguinte, pode ser entendida como uma das mais perfeitas expressões do pensamento projetual de Mies van der Rohe, resumido em sua célebre frase “Menos é mais”. É considerado um marco importante na história da arquitetura moderna, sendo conhecido pela sua geometria depurada e pelo uso inovador e extravagante de materiais tradicionais,  como o mármore, ou de novos materiais industrializados, como o aço e o vidro. A construção foi demolida no final da Feira, mas devido à importância que teve para a história da arquitetura e na própria biografia do arquiteto, a Fundação Mies van der Rohe encomendou sua reconstrução, no mesmo local, em 1986.

A estrutura assenta-se sobre um grande pódio ao longo de um espelho d'água. Contando com oito pilares de aço, cujo desenho em cruz grega tornou-se célebre na arquitetura moderna, os quais sustentam a cobertura plana do edifício. Como elementos de vedação, verifica-se o uso de cortinas de vidro delimitando os espaços internos e externos e de divisórias baixas de alvenaria no interior. No geral o edifício caracteriza-se pela presença de planos perpendiculares que constróem o espaço tridimensional, a partir de uma configuração volumétrica de formas depuradas, considerada simples e refinada. Tal raciocínio projetual é eventualmente apontado como minimalista, sendo uma referência importante na arquitetura minimalista pós-moderna.

Como forma de promover o desenho integral do espaço, segundo uma determinada intenção de projeto bastante rígida, Mies desenhou também aquela que ficou conhecida como Cadeira Barcelona para compor os ambientes deste pavilhão, a qual também é considerada um marco no desenvolvimento do design moderno. Tal cadeira é produzida e comercializada até os dias actuais. Duas dessas cadeiras foram utilizadas como trono para os monarcas espanhóis durante visita à exposição.

Conjunto de fotos






















 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ludwig Mies Van der Rohe - I



Nascido na Alemanha em 27 de março de 1886 na cidade de  Aachen, Ludwig Mies Van der Rohe foi provavelmente um dos mais influentes arquitetos da primeira metade do século 20.

 

Com Walter Gropius, criou em 1919 a Bauhaus, em Weimar - Alemanha, com o objetivo de formar, pelo trabalho de equipe, artesãos, escultores, pintores e arquitetos para as tarefas de desenhar e criar novos produtos industriais. Em 1930, assume a direção da escola, nessa época instalada em Berlim, após uma passagem por Dessau, permanecendo no cargo até 1933, quando a escola foi fechada pelos nazistas. Deixou a Alemanha em 1937, partindo para os Estados Unidos. Naturalizou-se americano em 1949, rompendo formalmente os laços com a Alemanha,  veio a falecer em Chicago, Illinois, em 17 de agosto de 1969.

Em 1938 tornou-se diretor do “Illinois Institute of Technology”, cargo em que permaneceu por duas décadas, e acabou criando as bases da moderna cidade de Chicago, construída em aço e vidro, quando projetou o prédio do “Federal Building” que abriga o correio. Criou também prédios para o Instituto de Tecnologia de Illinois. O rigor das proporções (1), a valorização da infra-estrutura como elemento estético (2), e a precisão do detalhe (3) foram os princípios que nortearam o conjunto de suas obras.

O estilo ascético de Mies Van der Rohe era reafirmado pela expressão que costumava utilizar como justificativa do funcionalismo de seus projetos: "less is more”, ou "menos é mais", frase que se tornou a essência da arquitetura no meio do século 20.

Conhecido como um dos criadores do “International Style” marcado por uma arquitetura que prima pelo racionalismo e pela utilização de uma geometria clara e sofisticada, Mies Van der Rohe fazia uso de materiais modernos, como o aço industrial e o vidro para definir os espaços interiores, e a aparência exterior de suas obras. Concebeu espaços austeros mas que transmitiam uma concepção de elegância e cosmopolitismo. Um bom exemplo disso foi sua primeira obra importante, o pavilhão alemão para a Feira Universal de Barcelona, em 1929.

Pavilhão Alemão para a Feira Universal de Barcelona em 1929


Construção temporária do pavilhão na exposição em 1929, foi demolida no ano seguinte, pode ser entendida como uma das mais perfeitas expressões do pensamento projetual de Mies van der Rohe, resumido em sua célebre frase “Menos é mais”. É considerado um marco importante na história da arquitetura moderna, sendo conhecido pela sua geometria depurada e pelo uso inovador e extravagante de materiais tradicionais,  como o mármore, ou de novos materiais industrializados, como o aço e o vidro. A construção foi demolida no final da Feira, mas devido à importância que teve para a história da arquitetura e na própria biografia do arquiteto, a Fundação Mies van der Rohe encomendou sua reconstrução, no mesmo local, em 1986.


Casa Farnsworth
 
 
Entre 1946 e 1951, Mies projetou e construiu a icônica casa de fim de semana, que deveria servir de retiro, nos arredores de Chicago, para a médica Edith Farnsworth e que se tornaria uma das principais obras de referência da arquitetura moderna. Uma estrutura minimalista limitada à pele e esqueleto do edifício definem o espaço interior cúbico simples, permitindo que a natureza e a luz o envolvam. A influência desta obra pode verificar-se pela quantidade de "casas de vidro" modernistas, das quais a mais notável talvez seja a de Philip Johnson, localizada junto de Nova Iorque, pertencente atualmente ao National Trust for Historic Preservation.

Edifício Seagram 

Em 1958, Mies van der Rohe projetou o que veio a ser considerado por muitos como o auge da arquitetura funcionalista para arranha-céus: o Edifício Seagram, em Nova Iorque, tornar-se-ia um ícone representativo do poder crescente das corporações empresariais, que viria a definir o próprio século XX.  Numa decisão audaciosa e inovadora, Mies revolucionou o padrão construtivo novaiorquino ao deixar livre metade do terreno dedicado à obra, definindo uma praça com fonte para usufruto público em Park Avenue em frente ao edifício, provando que era não só viável, como benéfica para a imagem da companhia. O projecto caracteriza-se por uma cortina de vidro, com perfis de bronze a cobrir a estrutura de aço.

CONJUNTO DE OBRAS:

1921 - Edifício comercial na Friedrichstrasse, Berlim - Alemanha;
1927 - Apartamentos Weissenhof, Stuttgart – Alemanha;
1928 - Casa Hermann Lange, Krefeld – Alemanha;
·                   1929 - Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona - Espanha
1930 - Casa Tugendhat, Brno - República Tcheca;
1941 - Projeto do Campus do Instituto de Tecnologia de Illinois;
·                   1946 - Lafayette Towers – Detroit - EUA
1950 - Casa Farnsworth, Plano – EUA;
1951 - Promontory Apartments, Chicago;
·                   1951 - Lake Shore Drive Appartment, Chicago – EUA;
1956 - Crown Hall (faculdade de arquitetura do IIT) – EUA;
1957 - Batery Park Apartments de Nova York - EUA;
1959 – Chicago Federal Center - EUA
1968 - Seagram Building, na Park Avenue, Nova York – EUA;
1968 – IBM Building, Chicago – EUA;
1968 - Neue Nationalgalerie, Berlim- Alemanha;
1969 - Columbia Broadcasting System - CBS Building, Nova York


1927 - Apartamentos Weissenhof, Stuttgart – Alemanha

  
1928 - Casa Hermann Lange, Krefeld – Alemanha

1929 - Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona - Espanha

 1930 - Casa Tugendhat, Brno - República Tcheca


1946 - Lafayette Towers – Detroit - EUA
 
1950 - Casa Farnsworth, Plano – EUA

 1951 - Promontory Apartments, Chicago

1956 - Crown Hall (faculdade de arquitetura do IIT) – EUA

 1959 – Chicago Federal Center - EUA

 1968 - Seagram Building, na Park Avenue, Nova York – EUA


 
1968 - IBM Building, Chicago - EUA


 1969 - Columbia Broadcasting System - CBS Building, Nova York – EUA


 1951 - Lake Shore Drive Appartment, Chicago – EUA
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 1968 - Neue Nationalgalerie, Berlim- Alemanha