segunda-feira, 9 de agosto de 2010

1- A Habilitação do Arquiteto

Sua formação é expressa pela Lei Federal 5194/1966 e resolução 218/1973 que determinam as atribuições do Arquiteto e Urbanista, com as especificações de serviços que podem executar cabendo ao arquiteto as seguintes atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e territorial, e serviços afins e correlatos:

- Estudo, planejamento, projeto e especificação.
- Execução de desenho técnico.
- Execução de obra e serviço técnico.
- Direção de obra e serviço técnico.
- Fiscalização de obra e serviço técnico.
- Supervisão, coordenação e orientação técnica.
- Desempenho de cargo e função técnica.
- Assistência, assessoria e consultoria.
- Elaboração de orçamento.
- Produção técnica e especializada.
- Execução de instalação, montagem e reparo.
- Padronização, mensuração e controle de qualidade.
- Operação e manutenção de equipamento e instalação.
- Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico.
- Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção.
- Ensino, pesquisa, analise, experimentação, ensaio e divulgação técnica e extensão.
2- Qual é a diferença entre arquitetos e engenheiros?

A grande maioria das pessoas não sabe como é o trabalho do arquiteto, e quando começa a esboçar alguma definição, ela acaba distorcida ou numa grande confusão com o trabalho do engenheiro civil.

Enquanto o engenheiro estuda cinco anos de calculo, estruturas e tem noções de projeto, o arquiteto estuda cinco anos de projeto e tem noções de estrutura, ou seja, são formações absolutamente diferentes.

O engenheiro está preparado para calcular, dimensionar, enquanto o arquiteto está preparado para pensar o espaço e suas funções. O ideal é que os dois trabalhem juntos para proporcionar uma construção funcional e adequada às necessidades do cliente, coerente com o terreno e o espaço urbano, além de uma obra economica, técnica e estável.
3- Por que contratar um arquiteto?

Quem nunca teve dúvidas sobre a função de um arquiteto. Qual é a importância do trabalho deste profissional? Outra dúvida comum é sobre o custo/benefício de contratar um profissional. O arquiteto é muito mais acessível do que as pessoas pensam. Uma obra bem planejada não causará desgastes com funcionários, com gastos desnecessários e, principalmente, o cliente terá ao seu lado o profissional para responder por qualquer eventualidade que possa ocorrer.

É comum pensar que a função do arquiteto resume-se apenas à questão estética. Grave erro, pois o Arquiteto é o idealizador e também o facilitador para que as coisas ocorram bem desde as primeiras idéias, através do planejamento e projeto, até a entrega da obra.

Através de uma linguagem projetual, o arquiteto é um organizador que pensa as questões estéticas e funcionais de uma obra ou reforma, viabilizando soluções às necessidades do cliente de forma harmoniosa, agregando os espaços sem esquecer a viabilidade estrutural.

Antes de contratar um arquiteto verifique se você precisa somente de um projeto ou de um projeto mais o acompanhamento e o gerenciamento da obra. Saiba que é possível contratar inclusive serviços avulsos, como uma consultoria.

O trabalho do arquiteto pode iniciar-se já na escolha do terreno para a implantação do projeto, com parecer sobre localização, legislações edílicas e urbanas, aspectos ambientais e topográficos, entre outras, que possibilitem analises preliminares de viabilidade do projeto.

Em um segundo momento, existe uma etapa de montagem e aferição de programa preliminar a ser desenvolvido juntamente com o cliente, e o estudo da legislação incidente no terreno para a edificação e conseqüente elaboração do Anteprojeto ou Projeto Pré Executivo.

O arquiteto pode ser contratado para acompanhar a execução da obra através de várias maneiras: como fiscalizador da execução, até à responsabilidade de todas etapas da execução, desde a compra do material, até a finalização da obra.

Também pode ser contratado para uma etapa seguinte à obra executada, qual seja: o de desenvolver o projeto de arquitetura de interiores, que da mesma maneira das fases anteriores, abordando todo tratamento estético e mobiliário do interior da edificação.

Em toda relação saudável é necessário que exista respeito, admiração, disponibilidade, liberdade e compromisso. É muito vantajoso contratar um arquiteto, pois ele é capaz de transportar para a realidade, com criatividade e estilo, os desejos e anseios de seu cliente.
4-Planejamento é igual a menor custo

Planejamento é condição básica para uma construção ter o menor custo e ser útil aos seus futuros ocupantes. Como todo planejamento de obra começa pelo projeto arquitetônico, é fácil entender a importância de se ter um arquiteto auxiliando o empreendedor desde as primeiras horas de um projeto de construção.

A arquitetura é uma profissão bastante complexa abrangendo diversas áreas como consultoria, magistério, perícia e execução de obras. Os Arquitetos Urbanistas são pessoas dotadas de habilidades múltiplas e linguagem projetual, que transitam entre as Ciências Exatas, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, não desconsiderando inclusive o conhecimento e convívio com as questões pertinentes à área da saúde.

Além do projeto de arquitetura em si, o Arquiteto está apto a elaborar e gerenciar também os projetos técnicos e executivos de instalações elétricas, hidráulicas, esgotos, gás, estruturas e paisagismos.

Ao adquirir um terreno, o correto é já nesta etapa, contratar um profissional qualificado para lhe prestar uma assessoria para evitar futuras surpresas desagradáveis, pois existem particularidades técnicas que determinarão um custo maior ou menor da obra ou até mesmo a sua inviabilidade econômica, tais como: as características topográficas que, em alguns casos, poderão exigir muros de contenção; o tipo de subsolo que poderá exigir uma fundação especial; a existência e a altura dos coletores públicos de águas pluviais e de esgoto em relação ao nível do terreno que, em alguns casos, poderão exigir o bombeamento da futura instalação de esgoto.

Em um imóvel recém-adquirido ou em via de ser reformado, dá até mesmo para economizar nos gastos, no fim das contas. O arquiteto tem uma visão global, que lhe permite desenvolver um projeto no qual estarão planejadas todas as etapas da construção, evitando desperdício de tempo e de material.

O Arquiteto também pode ser o responsável legal pela execução da obra, sendo de sua responsabilidade as sanções penais, no caso de eventuais sinistros. Ele é o responsável por cumprir todas as exigências legais, assim como zelar pelo perfeito funcionamento das instalações e pela solidez da construção durante um período de até cinco anos após a conclusão da obra, conforme determinado pelo código civil.

Aliás, o profissional mais indicado para assumir a responsabilidade pela execução ou gerenciar a obra é o próprio autor dos projetos, pois conhece a fundo todas as suas particularidades.

No caso de uma obra não possuir um profissional responsável pela sua execução, todas as sanções penais recairão sobre o proprietário, que poderá, inclusive, responder criminalmente pelo exercício ilegal da profissão, apesar de muitas pessoas pensarem que o responsável por estas situações, no final das contas, será o pedreiro ou empreiteiro.

Em última análise seria, no mínimo, uma grande imprudência e irresponsabilidade confiar o investimento de um razoável capital na elaboração de um projeto e na execução da obra a pessoas sem experiência, qualificação e responsabilidade legal.

Enfim, são inúmeros conhecimentos técnicos que poderão lhe economizar um considerável capital alem de evitar inúmeros aborrecimentos. Se, ainda assim, restar alguma dúvida quanto às vantagens de contratar um arquiteto, compare o custo da contratação de um profissional competente em relação ao valor total da obra. Representa uma pequena fração, e os benefícios de uma obra bem planejada compensam qualquer pagamento feito a um bom profissional.

5- Compreendendo as etapas

5- Compreendendo as etapas

Ter uma casa bonita, confortável e desenhada por um arquiteto como nas revistas de decoração não é só para milionários e celebridades. A supervisão de um profissional qualificado ajuda muito na concepção do novo espaço para a moradia e pode garantir o bom andamento de qualquer obra.

O arquiteto também calcula e planeja o cronograma de execução da obra. Isso tudo deve ser seguido por quem irá executar a obra, que pode ser o próprio arquiteto, que cobra uma porcentagem do custo estimado da obra, calculado pela metragem quadrada da área a ser reformada ou construída e pela complexidade dos serviços, sendo possível também contratar o profissional apenas para criar o projeto arquitetônico, que inclui mudanças e soluções para o espaço de acordo com o que o cliente necessita.

Com o acompanhamento de um profissional, evitam-se dores de cabeça típicas de reformas e construções, como escolher e comprar material e fiscalizar o trabalho de pedreiros, e, o que é mais importante, reduz-se bastante os riscos de ter de derrubar tudo e fazer novamente.

Os tipos de serviços que um arquiteto pode prestar são facilmente explicados a seguir:

Levantamento/ Visita ao Local – é realizada uma visita prévia ao local da obra para observar o terreno e o entorno (vizinhança), para servir de base para o estudo preliminar.
Estudo Preliminar – proposta gráfica inicial, visando a plástica e a funcionalidade da edificação, cujo partido sugerido contemple também as características essenciais relativas à viabilidade técnica e aos condicionamentos legais do empreendimento.
• Projeto - de forma simples, o projeto contém plantas e perspectivas, cálculos e projetos complementares de estrutura, instalações elétricas e hidráulicas, além de opções de materiais para estruturas e acabamentos. Dentro deste item existem algumas fases que podem ser contratadas independentemente:

Anteprojeto ou Projeto Pré Executivo: Solução Geral do problema com a definição do partido adotado, da concepção estrutural e das instalações em geral possibilitando clara compreensão da obra a ser executada.
Projeto Legal: Desenhos e textos exigidos por leis, decretos, portarias ou normas e relativos aos diversos órgãos públicos ou concessionários, os quais o projeto legal deve ser submetido para análise e aprovação
• Projeto Básico (opcional): Solução intermediária do Projeto Executivo Final, que contém representação e informações técnicas da edificação que possibilitem uma avaliação de custo, já compatibilizadas com os projetos das demais atividades projetuais complementares.
Projeto Executivo Final: Solução definitiva do Anteprojeto, representada em plantas, cortes, elevações especificações e memoriais de todos os pormenores de que se constitui a obra a ser executada: determinação da distribuição dos elementos do sistema estrutural e dos pontos de distribuição das redes hidráulicas, sanitárias, telefônicas, ar condicionado, elevadores e de informática.
Projetos Complementares: projeto com a representação dos pontos hidráulicos, pontos elétricos e tubulação telefônica adequados às necessidades do proprietário visando à perfeita execução da obra.
Detalhamento: informações minuciosas dos complementos exclusivos da obra, cujos desenhos e/ou memoriais descritivos deverão expor os detalhes técnicos executivos referentes aos componentes especiais e/ou adicionais da construção.
Acompanhamento da obra - nessa fase, o arquiteto acompanha cada etapa da execução para checar se tudo está sendo seguido de acordo com as especificações do projeto. Geralmente, o profissional visita a obra uma vez por semana e, se o piso foi colocado errado, por exemplo, é possível mudar a tempo, o ideal é que o cliente contrate também o arquiteto que fez o projeto para acompanhar a obra, mesmo que esse profissional não faça o gerenciamento; caso contrário, o projeto deverá estar muito detalhado para que a construtora entenda o execute corretamente.
Gerenciamento da obra - o arquiteto faz cotações de preços em três fornecedores, compra materiais, contrata de profissionais e acompanha toda a execução dos serviços. Esse serviço também pode ser feito por outros profissionais ou até pelo proprietário/empreendedor.
Consultoria - se a intenção é apenas uma reforma simples, como troca de revestimentos, o arquiteto pode ser contratado para uma consultoria. Nesse caso, ele sugere opções de acabamentos, produtos e mão-de-obra, sem necessidade de plantas e detalhamento técnico. Essa situação não é comum no mercado, muitas vezes por falta de informação de que isso é possível.
Contrato e prazos - depois de tudo resolvido, é hora de colocar no papel. E isso inclui serviços a serem prestados, preços e prazos; é necessário que tudo fique muito claro. Inclusive para o cliente, que precisa ter em mente que os prazos também dependem dele. Por exemplo, a aprovação de um layout para dar continuidade à obra.
• Reserva técnica: Procedimento comum no mercado, a reserva técnica é um desconto que os fornecedores (lojas ou prestadores de serviço) costumam oferecer ao arquiteto como um “prêmio” por indicar seu produto ou serviço. Alguns profissionais gostam de repassar metade desse desconto para o cliente, mas o importante é sempre haver clareza nesse tipo de relação.
• Coordenação- A coordenação e orientação geral dos cálculos complementares ao projeto arquitetônico tais como: calculo de estrutura, das instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias, das instalações elétricas, telefônicas e de informática, caberão sempre ao arquiteto o qual, a seu critério, poderá indicar profissionais legalmente habilitados para sua execução.